terça-feira, 3 de novembro de 2009


Eram seis da manhã, Alice levantara da cama exausta. Ela não se recuperara da briga com o irmão no dia anterior. Vagou tateando a parede até a cozinha, acendeu a luz, olhou no relógio. Vestiu seu uniforme do colégio particular e tomou seu café. Arrumou a mochila, escovou os dentes e chamou a mãe, ela iria até o ponto de ônibus com ela. Pegou o ônibus, e assim que chegou no vasto pátio do seu colégio, sentou-se, indagou, pensou, imaginou. Tentara em vão imaginar ele sentado ali, no lugar vago ao lado dela, no lugar que ele nunca sentou. Ele estava longe, estava amando outra, estava dizendo as palavras certas para a garota errada.
Um calor vindo da base da coluna de Alice se alastrou por todo o pequeno corpo frágil, sentiu os olhos umidecerem e a vontade de chorar estava aumentando a cada respiração. Ela respirou fundo, e com um certo esforço, obrigou as lágrimas a ficarem ali, paradas.
O sinal tocara, Alice esquecera completamente que sua semana de provas iniciara naquele mesmo dia. Não havia estudado. Logo ela, a aluna exemplar, a que já estava com todas as notas fechadas.
Mas ela não se importava, não ligava mais pra nada. Quando ele se foi, levou consigo o orgulho dela, então, nada mais tinha relevância.
Caminhou lentamente até a sala.

Nenhum comentário:

Postar um comentário