sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010


Alice estava sentada no primeiro degrau da escada com as mãos apoiadas sobre os cotovelos, soltara um suspiro enquanto pensava em que rumo sua vida tinha tomado. Os cabelos grudados, as pernas pra depilar, os amigos perdidos, os estudos parados, isso sem falar no coração que foi jogado no liquidificador e quebrado em mil partículas de pó. Ela não acreditava que aquilo fosse possível. Que depois de tantos meses - quase um ano - amando o mesmo cara, ela iria querer se ver livre dele. Não queria que ele sumisse, só que... Ele parasse de ser como ela. Logo após eles terminarem, ela ficava lembrando os velhos tempos e queria continuar ser amiga, e sair juntos. E agora, ela estava se pondo no lugar dele - eles haviam invertido os papéis - e isso a irritava muito.
Por outro lado, Alice se via apaixonada por um ex-amor de dois anos atrás, um amor que ela nunca esqueceu mas que agora, mais do que nunca, crescia no coraçãozinho dela. Um minúsculo músculo que pulsava com tanta fragilidade e fraqueza que quase não sabiam como existia e continuava vivo.
Alice, mais do que tudo, se agarrara a esse sentimento de amor, porque dizem que a melhor cura para esquecer um relacionamento que terminou mal, era encontrar outro. Ela já superara perdas piores que aquela, e iria superar essa.
Enquanto levantava da escada, ela o via se aproximar. Ele estava lindo, estonteante. Com aquele sorriso perfeito que só ela conseguia ver poesia nele. Ele se aproximou, a pressionou contra a parede e eles se beijaram. Um beijo lento, fugaz, forte. Um beijo que, mais tarde, iria consumar o relacionamento dos dois.
Numa noite de amor eterna.

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