sexta-feira, 5 de junho de 2009

"Às vezes eu pedia à minha mãe que pegasse seu anel de noivado e me mostrasse o diamante. Ele brilhava mais do que tudo o que eu já vira - era quase como se emitisse mais luz do que recebia. Minha mãe me mostrou como ele riscava fácil o vidro, e então me disse para encostá-lo nos lábios. Era estranho, espantosamente frio; os metais pareciam frios ao toque, mas o diamante era gelado. Isso acontece, minha mãe explicou, porque ele conduz tão bem o calor - melhor do que qualquer metal - que retira o calor dos lábios de quem o toca. Aquela foi uma sensação que eu nunca mais esqueceria. Uma outra ocasião, ela me mostrou que, quando encostávamos um diamante num cubo de gelo, o diamante retirava o calor da nossa mão e o transmitia ao gelo, que era cortado como manteiga. Minha mãe me explicou que o diamante era uma forma especial de carbono, como o carvão que usávamos para aquecer os cômodos da casa no inverno. Isso me deixou intrigado - como o carvão, preto, laminoso e opaco, podia ser mesmo que aquela gema dura e transparente do anel?"
(Tio Tungstênio: memórias de uma infância química.)
Meu diamante, meu vampiro, meu amor. Roube o calor do meu corpo, meus lábios, meus braços. Roube o meu calor interno. Eu amo você.

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